Duas amigas partilham boa arquitectura e design com uma pitada de fotografia e DIY. Tudo em três minutos ou menos. // Two friends share good architecture and design, with a dash of photography and DIY. All in 3 minutes or less
Nas montanhas do nordeste de Portugal, as rochas de xisto que delimitam as margens do Côa, um afluente do rio Douro, converteram-se há 25000 anos atrás em painéis de arte para os nossos antepassados. Os últimos dezassete quilómetros do rio Côa, com centenas de gravuras nas suas margens, pertencem ao primeiro parque arqueológico português e as gravuras estão incluídas desde 1998 na lista de monumentos Património da Humanidade pela UNESCO. Este extenso conjunto de arte rupestre ao ar livre pôs de parte o mito de que este tipo de arte se encontra somente encerrada em cavernas, pelo que o seu valor histórico é incalculável. Com a criação do Parque Arqueológico do Vale do Côa nasceu a necessidade de um museu que não só acolhesse algumas das gravuras em risco, mas também informasse e divulgasse a arte rupestre do Côa. Assim, em 2003, no Ano Internacional da Arquitectura, o Ministério da Cultura em parceria com a Ordem dos Arquitectos lançou um concurso para a concepção e elaboração do projecto do Museu de Arte e Arqueologia do Vale do Côa. Ficou classificado em primeiro lugar o projecto da equipa de Arquitectos Camilo Rebelo e Tiago Pimentel. Concluído em 2009 o edifício, de forma triangular monolítica e composto por quatro pisos (um deles subterrâneo), caracteriza-se pelas linhas rectas e contemporâneas bastante imponentes, mas também em perfeita integração com a paisagem envolvente. Apesar da estrutura ser em betão, a estética idêntica à da pedra de xisto característica da zona foi conseguida recorrendo a estudos com moldes de fibra de vidro. No final, o processo construtivo consistiu numa estrutura de betão maciço com algumas lajes mistas. Um corredor/rampa percorre todo o piso da exposição permanente do museu: é o fio condutor e distribuidor dos visitantes. As fotografias falam por si só. Vale a pena a visita a este museu, quer pelo enriquecimento histórico-cultural, quer pela Arquitectura do edifício. Marta.