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351 Design Street

Duas amigas partilham boa arquitectura e design com uma pitada de fotografia e DIY. Tudo em três minutos ou menos. // Two friends share good architecture and design, with a dash of photography and DIY. All in 3 minutes or less

Um parque com vista para o Tejo

Após um grande intervalo aqui na blogosfera, trago-vos hoje um exemplo de requalificação de zonas ribeirinhas.
O concelho de Vila Franca de Xira tem-me surpreendido nos últimos anos. Uma das descobertas deu-se na Primavera de 2012: o Parque Linear Ribeirinho do Estuário do Tejo. Com a obra iniciada no final de 2011 e, aquando da minha primeira visita ainda em fase de construção, este pode agora ser usufruído na sua [quase] íntegra.
Localizado na proximidade de zonas industriais, este parque, que requalificou parte da frente ribeirinha, ocupa uma área de 15.5 ha e apresenta diversas opções de lazer e recreio, como trilhos pedonais e cicláveis através de zonas de ribeiras e de valas de drenagem, plataformas para a práctica de pesca, abrigos, zonas de piquenique, um campo de vólei e um parque infantil.
O projecto de paisagismo é da responsabilidade do atelier Topiaris – Arquitectura Paisagista. Quanto ao núcleo construído junto à Praia dos Pescadores, projecto do atelier Difusor de Arquitectura, este apresenta uma solução com contentores marítimos reciclados pintados de branco e parcialmente revestidos com um ripado de madeira. Estes são ocupados pelo Centro de Interpretação Ambiental e da Paisagem (que ainda não se encontra em funcionamento neste local), bem como por um café e por instalações sanitárias.
Um local diferente e muito agradável onde estes soalheiros dias de Inverno, apesar do frio, irradiam uma luminosidade e um brilho sedutores.


Foto platform[az]
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Vídeo do parque filmado com um drone, produzido e editado por João Morgado 

Ana

Nelson Garrido - Casa de Chá da Boa Nova


É com alguma frequência que visito o website de Nelson Garrido. As suas fotografias parecem ter um efeito magnético em mim... sinto-me atraída e envolvida pelos espaços fotografados.
Hoje deixo-vos quatro fotos maravilhosas da Casa de Chá da Boa Nova, um projecto da autoria de Siza Vieira construída entre 1956 e 1963 que esteve alguns anos ao abandono, mas foi recentemente recuperada com a supervisão do arquitecto e inaugurada como restaurante com a assinatura do chef Rui Paula.

Marta.










Fotos por Nelson Garrido.

A Versatilidade do Microcimento

Fui convidada pela Nanocrete a participar num workshop sobre o microcimento Microcrete e, como no 351 Design Street temos um gosto particular por betão (a Marta fez um post sobre este material que pode ler aqui) e as suas múltiplas utilizações, aceitei o desafio.
O microcimento, que consiste numa mistura de cimento aluminário e refractário, dióxido de silícios e aditivos especiais, possibilita resultados minimalistas que se assemelham ao cimento alisado e é actualmente muito procurado para imprimir notas de contemporaneidade à arquitectura e ao design.
Aliando a estética e a funcionalidade à rápida aplicação, este material torna-se numa boa escolha para renovar espaços onde se pretende substituir o pavimento ou as paredes sem se retirar o revestimento existente.
Com possibilidade de diversas cores, utilizado tanto em interiores como em exteriores, este material pode ser aplicado sobre as mais variadas superfícies, como a madeira, o MDF, azulejo, tijoleira, ou até mesmo o vidro. Não necessita de juntas de dilatação (excepto quando aplicado sobre um material que ele próprio obrigue a juntas de dilatação) e é resistente a água e a gorduras e têm um peso próprio relativamente baixo.
A versatilidade do material permite que se criem ambientes e peças extraordinárias e são cada vez mais os exemplos da sua utilização: os pavimentos e bancadas de apoio ou de cozinha, como no Restaurante Conceito, no Estoril, ou na 1300 Taberna, no LX Factory, em Lisboa; em instalações sanitárias e até detalhes decorativos, como se pode ver nas letras em baixo-relevo no Hotel Casa do Conto (do colectivo de arquitectos Pedra Líquida) no Porto ou ainda no extraordinário projecto The Initiation, de Wei Yi DesignAssociates.
A Microcrete é uma marca de entre outras no mercado, mas esta, além de dar a oportunidade de participar num workshop onde qualquer pessoa pode aprender mais sobre este produto, pode também gabar-se de ser 100% Portuguesa!

Ana
Hotel Casa do Conto do colectivo de arquitectos Pedra Líquida
Foto FG + SG Via www.yatzer.com 
Restaurante Conceito
Via https://www.caras.sapo.pt


1300 Taberna
Via mesamarcada.blogs.sapo.pt 
Via http://tatianadoria.blogspot.pt
Via www.hotfrog.pt
Via http://forumdacasa.com
The Initiation – Wei Yi Design Associates
Via 
https://www.behance.net/gallery/WEI-YI-DESIGN-ASSOCIATES-THE-INITIATION/10434085  
The Initiation – Wei Yi Design Associates
Via 
https://www.behance.net/gallery/WEI-YI-DESIGN-ASSOCIATES-THE-INITIATION/10434085  
Mostruário de possíveis cores de microcimento
Via http://www.microcementuk.info

Museu do Côa

Nas montanhas do nordeste de Portugal, as rochas de xisto que delimitam as margens do Côa, um afluente do rio Douro, converteram-se há 25000 anos atrás em painéis de arte para os nossos antepassados. Os últimos dezassete quilómetros do rio Côa, com centenas de gravuras nas suas margens, pertencem ao primeiro parque arqueológico português e as gravuras estão incluídas desde 1998 na lista de monumentos Património da Humanidade pela UNESCO.
Este extenso conjunto de arte rupestre ao ar livre pôs de parte o mito de que este tipo de arte se encontra somente encerrada em cavernas, pelo que o seu valor histórico é incalculável.

Com a criação do Parque Arqueológico do Vale do Côa nasceu a necessidade de um museu que não só acolhesse algumas das gravuras em risco, mas também informasse e divulgasse a arte rupestre do Côa. Assim, em 2003, no Ano Internacional da Arquitectura, o Ministério da Cultura em parceria com a Ordem dos Arquitectos lançou um concurso para a concepção e elaboração do projecto do Museu de Arte e Arqueologia do Vale do Côa. Ficou classificado em primeiro lugar o projecto da equipa de Arquitectos Camilo Rebelo e Tiago Pimentel.
Concluído em 2009 o edifício, de forma triangular monolítica e composto por quatro pisos (um deles subterrâneo), caracteriza-se pelas linhas rectas e contemporâneas bastante imponentes, mas também em perfeita integração com a paisagem envolvente.
Apesar da estrutura ser em betão, a estética idêntica à da pedra de xisto característica da zona foi conseguida recorrendo a estudos com moldes de fibra de vidro. No final, o processo construtivo consistiu numa estrutura de betão maciço com algumas lajes mistas. Um corredor/rampa percorre todo o piso da exposição permanente do museu: é o fio condutor e distribuidor dos visitantes.

As fotografias falam por si só. Vale a pena a visita a este museu, quer pelo enriquecimento histórico-cultural, quer pela Arquitectura do edifício.

Marta.


via Fundação Côa Parque

via Fundação Côa Parque

via Fundação Côa Parque

via arch daily

Blog a seguir: Desire to Inspire


O blog Desire to Inspire é escrito por Kim e Jo, duas amigas à distância que nunca se conheceram pessoalmente e que apesar de viverem em lados opostos do planeta partilham o mesmo espaço online para divulgação daquilo que mais gostam: bom design e boa arquitectura.
A Kim vive em Ottawa a capital do Canadá onde trabalha como supervisora duma equipa de desenvolvimento web. Já a Jo tem um negócio de catering em Brisbane na Austrália.
Todos os dias partilham com os seus leitores mais do que as suas casas: tudo aquilo que encontram na internet e que as inspira, seja de Arquitecto, fotógrafo, designer ou do comum mortal. E fica tudo exposto para que todos apreciem!
É um dos blogs que seguimos aqui no 351 Design Street e foi o blog que mais me inspirou a entrar nesta aventura online!

O Moderno [cada vez mais] Escondido

Aquando de uma recente viagem a Trás-os-Montes, tive a possibilidade de testemunhar um extraordinário exemplo de urbanismo e arquitectura modernistas portugueses dos anos 50, que Michele Cannatà e Fátima Fernandes, do atelier Cannatá e Fernandes, designaram como “Moderno Escondido” (uma investigação que resultou numa exposição e na edição do livro “Moderno Escondido: Arquitectura das Centrais Hidroeléctricas do Douro 1953-1964: Picote, Miranda, Bemposta”, FAUP Publicações, 1997).


Estalagem para Pessoal Dirigente, recuperada para Pousada 
por Cannatà e Fernandes. Foto platform[az]©
O Complexo Habitacional de Picote, edificado por ocasião da construção das centrais eléctricas do Douro, é da autoria dos arquitectos Archer de Carvalho, Nunes de Almeida e Rogério Ramos, formados na ESBAP, e pretendia ser uma “cidade ideal”, uma cidade nascida do zero, com as infra-estruturas necessárias para ser um sistema auto-suficiente para 4000 mil pessoas.

Casa do Pessoal Dirigente. Foto platform[az]© 
O complexo reflecte as influências modernistas contemporâneas de Le Corbusier e a aplicação dos pressupostos da Carta de Atenas, e o seu cruzamento com a cultura portuguesa e incluiu uma zona com habitações para operários, uma escola, uma igreja, um centro comercial, casas para o pessoal dirigente e uma pousada.

Capela. Foto platfom[az]©
Pousada. Foto platform[az]©
Pousada. Foto platform[az]©
Na minha visita, tive total acesso às Casas do Pessoal Dirigente. Estas encontravam-se abandonadas e, sem qualquer intervenção prevista, continuarão o seu natural (ou por vezes, artificial) processo de degradação. Não obstante, é ainda visível a qualidade dos materiais utilizados: madeiras maciças, azulejos, pedra, entre outros.

Casa do Pessoal Dirigente. Foto platform[az]©
Casa do Pessoal Dirigente. Foto platform[az]©
Casa do Pessoal Dirigente. Foto platform[az]©
Casa do Pessoal Dirigente. Foto platform[az]©
Na filmagem Ruínas de Portugal – O Moderno Escondido (da RR Produções, com imagem de Manuel Barreto e edição de Rui Gonçalves) pode ver-se a já avançada degradação do local.
Casa do Pessoal Dirigente. Foto platform[az]©
Casa do Pessoal Dirigente. Foto platform[az]©
O Empreendimento Hidroeléctrico do Douro Internacional, Picote (1958) está actualmente classificado como CIP – Conjunto de Interesse Público.

Trás-os-Montes revela muitas preciosidades, umas mais, outras menos escondidas.
Boa viagem!

Ana

Cabanas no Rio

Com vistas espectaculares, a pouco mais de uma hora a sul de Lisboa e a 5 minutos da praia da Comporta, estas cabanas com cerca de 14m2 cada, albergam numa um quarto e casa-de-banho com duche (interior e exterior) e na outra a sala e uma pequena cozinha equipada para preparar refeições ligeiras. Há ainda um pequeno alpendre que permite apreciar a fantástica vista sobre o rio Sado.
Ninguém diria que outrora foram cabanas usadas por pescadores… O projecto de recuperação e reinterpretação das Cabanas no Rio teve lugar em 2013 com a assinatura dos arquitectos Aires Mateus recorreu inteiramente à reutilização de madeira, incluindo parte da mobília. A montagem das cabanas foi realizada em estaleiro, tendo sido depois transportadas por meio de camião até ao seu local definitivo.
A madeira está completamente exposta à intempérie, algo que para Aires Mateus significa não a degradação da estrutura mas uma alteração natural da sua identidade.
Resta apenas acrescentar que é possível pernoitar nestas cabanas e que são certamente um bom complemento a esta zona do país, marcada pelas praias de extenso areal, o vinho, a gastronomia e a observação de Golfinhos, Cegonhas e Flamingos.

Marta.












Fotos por Nelson Garrido